O benefício desta habitação simples e cómoda

Em zonas calorosas e onde a umidade é bastante alta é um requisito fundamental ter edificações que sejam frescas, sobretudo naqueles lugares onde habitarão. É certo que, por exemplo, em muitas zonas urbanas onde é típico o calor constante, não existem muitas opções no momento de usar um refúgio constante que permita suportar as, cada vez mais, épocas quentes de verão e de calor. Para as zonas urbanas, o típico é a tradicional edificação de cimento, o que muitas vezes nas épocas já mencionadas é sufocante por causa de não contar com um espaço suficientemente fresco para lidar com a dita época sem recorrer aos habituais ventiladores ou condicionadores de ar. Nas zonas rurais e mais próximas das costas ou dos rios, as opções são um pouco mais amplas, entre as quais se encontra a conhecida palapa.
Esta construção interessante, originária das Filipinas, consiste na aplicação de materiais naturais e renováveis de longa duração como é a madeira, o bambu e a palmeira seca, com o fim de formar uma construção ao ar livre que protege do sol e mantém, por sua vez, o interior fresco, permitindo um fluxo de ar agradável durante o calor sufocante. Sua resistência perante o clima quente a torna uma opção recomendável, graças tanto à economia de seus materiais como à sua instalação e resistência. Não resiste apenas ao clima quente, mas também à crescente umidade que se pode apresentar na zona, ao contrário do que poderia aportar uma casa tradicional de cimento, na qual o calor seria mais que incómodo e a durabilidade da edificação seria afetada pelo calor constante e pela umidade sempre presente.

O telhado da palapa está coberto por palmeiras secas, quer sejam palmeiras de coco, palmeiras de bananas ou de palmeiras reais (em algumas ocasiões é usada palha) e o resto da estrutura é formado com madeira. A razão para a escolha deste tipo de materiais completamente naturais no momento de levar a cabo a construção de uma palapa é devido à sua fácil aquisição, custo económico, fácil instalação e pela sua incrível resistência perante as condições meteorológicas adversas que ocorrem nos climas quentes; além disso, pode absorver o calor amplamente, o que permite a frescura que se gera no seu interior, sendo esta a característica mais marcante desta edificação. Outro ponto favorável em relação à palapa é a sua agradável aparência, dando um toque rústico ao meio envolvente e proporcionando um aspecto que é consistente com o local onde foi construída. A isto devemos acrescentar que, ao contrario do que acontece com as edificações de cimento, uma palapa é simples de reparar e manter e os custos que podem ocorrer durante a longa vida útil desta construção são econômicos. Um dos locais onde é comum observar este tipo de construções é no oeste mexicano, onde seu modelo e função tiveram uma grande aceitação, permitindo aos habitantes de toda a zona e região se adaptarem facilmente aos choques climáticos produzidos pelo calor.
Os materiais que se utilizam para a elaboração desta estrutura são completamente naturais, salvo em determinadas ocasiões em que no momento da instalação do telhado de palmeira é utilizada uma malha/rede de arame para ajudar a suportar. Para as bases da edificação e para a base onde se colocará o telhado é utilizada a madeira. A utilização de lianas, como a planta Unha de Gato ou cordas de henequén, é comum no momento de unir a madeira, especialmente na parte do telhado. Para a estrutura como tal também se podem utilizar lianas ou cordas, embora o uso de pregos de quatro ou cinco polegadas seja comum para dar maior suporte e resistência. Basicamente, falando da construção de uma palapa simples, estes são os únicos materiais que são necessários. Existem outros tipos de palapas mais complexas, nas quais a utilização de cimentos e mecanismos avançados de arquitetura estão presentes, dando um toque e uma aparência muito mais vistosa e muito mais confortável, sendo este tipo de palapas usadas em alguns centros turísticos ou similares. Apesar de que se está falando de uma palapa muito mais sofisticada, continua a cumprir a mesma função de uma palapa tradicional, por isso vamos continuar a falar da palapa, mas do ponto de vista da palapa simples.

A construção de uma palapa é simples, dado que não requer muito tempo para completar sua montagem, nem maquinaria avançada para finalizar a montagem. Apenas requer tempo, uma boa planificação e, por consequência, os materiais a utilizar. O que seguramente pode levar mais tempo na construção de uma palapa é a elaboração do telhado, dado que seu entrelaçado ou forma de painéis requere uma grande quantidade de tempo para montar completamente as palmeiras necessárias para a referida função; para a construção de uma palapa para duas pessoas, estimamos a necessidade de aproximadamente seis mil palmeiras.
A primeira coisa a fazer, para a construção de uma palapa, é a montagem da base. Para isso, é necessário um número de postes dependendo de quão ampla a construção é desejada. Para este caso, serão usados cinco postes, sendo quatro a seis postes o mais comum na construção da palapa. Cada poste deve ter cerca de dois a três metros de comprimento e devem ser suficientemente grossos e robustos para resistirem ao peso do telhado e às devastações do vento e da chuva. A madeira a ser escolhida fica ao critério de cada um, mas deve ser resistente e não uma pelo simples aspecto estético, pois uma madeira que não seja suficientemente forte fazer com que, de um momento para o outro, a edificação caia. Assim que tiver os postes que servirão de base, você tem que os soterrar a uma profundidade estável o suficiente para que não se soltem ou movam com facilidade; esta profundidade deve ter mais de quarenta centímetros. A utilização de cimento é recomendada dentro dos buracos onde se colocam os postes para dar mais estabilidade. Se não colocar cimento, então é adequada uma profundidade de quarenta centímetros ou mais; quanto mais profundo, melhor, mas isso implicaria postes muito mais compridos para considerar a altura da palapa com a profundidade em que está enterrada.

Uma vez instalados, se procede a cobrir os postes com verniz ou qualquer outro produto similar; você deve lembrar que os postes estarão em contato contínuo com a luz solar, a chuva e a umidade, pelo que o verniz ajudará a resistir muito mais a esses efeitos climáticos. Uma vez instaladas estas bases, é instalado um poste um pouco mais comprido e mais largo no centro da área da palapa. Este poste deve ser um metro mais comprido que os outros postes base e com um diâmetro maior, porque será o poste principal da estrutura que dará a forma abobadada ou de cúpula à edificação. A instalação do poste central pode ser feita antes ou depois dos postes base; esta é uma escolha do construtor. O importante nesta fase é que se instalem as bases de forma correta, que fiquem bem firmes no solo e que fiquem distanciadas o mais simétricas possível em torno da zona a construir. O mesmo acontece com a distância que existe entre o poste central dos postes base. Tudo isso é feito para que o peso do telhado fique distribuído de forma correta e para dar um toque estético apropriado que caracteriza uma palapa. A distancia depende de quão grande se pretende a palapa, mas a distância do poste central aos demais é habitual/normal ser de uns dois metros, é igual para a distância que deve existir entre os postes base.
Um ponto importante antes de colocar as bases é o de remover as imperfeições que os postes possam ter. Quando falamos de imperfeições nos referimos a lascas ou partes afiadas que podem ter, isto é feito, com o propósito de evitar possíveis feridas durante a instalação da palapa ou futuras lesões durante a utilização da mesma, assim como também para preservar a vida útil da edificação.
A fase seguinte, na construção da palapa, é a construção e a instalação do suporte/apoio para o telhado. Isto é feito com as varas a usar (tal como para os postes base, as varas para a estrutura do telhado devem ser resistentes) e, partindo desde a ponta superior do poste principal, se orientarão e fixarão aos postes bases. Para fixar as varas aos postes de base se usam pregos de quatro ou cinco polegadas. Segundo a amplitude da palapa, você pode fazer uma base que conecte cada vara para, desta forma, dar maior estabilidade ao telhado. A ideia deste passo é formar uma base que é conhecida como “base em ponta”, que é o que vai dar a forma abobadada ao telhado quando for colocado.
Agora prossegue o passo mais trabalhoso de todos que é o de colocar o telhado. Este passo consiste em entrelaçar e unir as palmeiras ou o material do telhado a ser utilizado mediante uma série de varas amarradas com a liana ou com a corda escolhida. Para isso, é necessário saber com antecedência qual será a área da palapa para poder ir pensando qual o material que vai necessitar. Ao ter as bases colocadas, pode fazer as medições e ver que tamanho terá o telhado. Existe quem use malha/rede de arame para fixar e realizar o entrelaçado das palmeiras ou o material a ser utilizado como telhado, facilitando um pouco este processo laborioso.
Uma vez elaborado o telhado, agora só se procede à sua colocação sobre a estrutura que foi construída para esse fim, fixando-o e sujeitando-o à dita estrutura de tal forma que fique firme e que não se solte por causa do vento. Nesta etapa devemos avaliar se o material usado como telhado fica suficientemente apertado e compacto para que a água não passe quando chove, evitando assim que entre água no interior e prolongando a vida útil do próprio telhado, dado que as aberturas no telhado fazem com que o entrelaçado se vá descosendo nessa parte do telhado.
O passo final é você se certificar de que tudo está no lugar, verificando se as bases e a estrutura estão firmemente fixadas para evitar possíveis complicações que impliquem colapsos da estrutura ou reparações que não foram previstas.

Como se pode observar, a palapa é uma habitação ao ar libre que proporciona uma estada fresca no seu interior, sendo usada em lugares tropicais de climas quentes. Sus construção é simples, indo desde a construção de uma palapa tradicional até a mais elaboradas e complexas, mas no final das contas cumprem com a sua finalidade principal que é manter seu interior fresco para os seus habitantes. Sua alta resistência a estes climas quentes faz com que a opção a escolher seja quer pelo conforto que proporcionam como pelo custo e facilidade de construção, dentro das diversas alternativas que existem em termos de edificações para climas quentes. cálidos. Além disto, o sentido de equilíbrio que cumprem para com o meio envolvente no qual se encontram são um património que, para muitos, tem passado de geração em geração por muitos anos em muitas zonas rurais.