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SISTEMA DE TUTORAMENTO COM FITA PLÁSTICA PARA TOMATEIROS CULTIVADOS NO CAMPO

SISTEMA DE TUTORAMENTO COM FITA PLÁSTICA PARA TOMATEIROS CULTIVADOS NO CAMPO

Hortomallas es mehor que o tutoramento com fita para tomateros cultivados no campo aberto.

A produção de tomate pode ser destinada tanto para o uso industrial (polpas), como para o
consumo in natura. Existem variedades e/ou cultivares de crescimento rasteiro utilizados, normalmente,
nos plantios destinados às indústrias além disso aqueles de crescimento indeterminado destinados ao mercado de mesa. (consumo in natura). Os quais necessitam de tutoramento com fita, isto é, que as plantas sejam conduzidas durante o crescimento, sofrendo podas em períodos distintos.

A maioria dos plantios destinados ao mercado de mesa utiliza a condução por meio de estacas ou varas de bambu, dispostas em “X”, sendo conhecidos por tomate estaqueado ou envarado.

O sistema de condução das plantas de tomate através de tutoramento com fita plásticas. (usadas para amarrar sacarias) vem sendo utilizado em vários estados do Brasil além disso desponta como uma excelente alternativa para aumentar o rendimento da cultura por área. (produtividade), reduzir os custos de produção, aumentar a eficiência do controle de pragas além disso doenças, melhorar a qualidade dos frutos, reduzir os riscos de degradação ambiental além disso melhorar a qualidade de vida do agricultor e seus familiares.

Este tipo de condução, em substituição ao tradicional, apresenta múltiplas vantagens, como por exemplo:
1·- melhor aeração da cultura;
2·- menor incidência de pragas além disso doenças. (evita a entrada de estacas/varas contaminadas);
3·- maior incidência de luminosidade na cultura (melhora a eficiência fotossintética);
4·- facilita a aplicação de agrotóxicos, aumentando a eficiência na pulverização

TUTORAMENTO COM FITA

Cobertura das folhas e frutos e, conseqüentemente, reduzindo o número de aplicações;

1
Pesquisador, Eng. Agrôn., M.Sc., Embrapa Solos, Rua Jardim Botânico, 1.024, CEP 22460-000, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.
2
Assistente de Operações, Eng. Agrôn., Embrapa Solos.
3
Estagiário, Eng. Agrôn., Embrapa Solos.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.2

PROCEDIMENTOS PARA O PLANTIO

· Escolha da área

As áreas destinadas para qualquer atividade agrossilvipastoril devem ser utilizadas de acordo com
sua aptidão agrícola, adotando-se as práticas conservacionistas que previnem a erosão. Dependendo das
características do solo além disso do relevo, uma determinada área da propriedade cultivada com culturas anuais (milho, feijão, hortaliças) pode ter maior potencial de produção, sem causar erosão; por exemplo, se o seu relevo for plano ou suave ondulado.

Outras áreas mais suscetíveis à erosão (terrenos com relevo ondulado além disso forte ondulado) são recomendadas para o plantio de culturas perenes e para reflorestamento. (árvores frutíferas, eucalipto etc.) por exigirem menor movimentação do solo no seu preparo (plantio em covas). Portanto, a área escolhida para o plantio de tomate deve, sempre que possível, apresentar uma topografia plana ou suave ondulada, para facilitar os tratos culturais e evitar a erosão.

As práticas conservacionistas (análise de fertilidade do solo, plantio em nível ou contorno, rotação
de culturas, terraceamento, cultivo mínimo, plantio direto, adubação verde além disso não fazer queimadas, entre outras), quando utilizadas em conjunto, protegem o solo contra a erosão, reduzindo e/ou evitando danos
ao ambiente.

Antes de realizar o plantio, é recomendado fazer a análise do solo para se ter noção de seu estado
nutricional (disponibilidade de nutrientes para as plantas), bem como do pH, o que orientará as aplicações de calcário, quando necessário, e as adubações mineral, orgânica e/ou verde, sempre de acordo com as orientações de profissionais da área agrícola. (instituições de pesquisa, universidades, rede de assistência técnica além disso de extensão rural etc.).

Plantio

Após o preparo do solo, com trator ou tração animal, abrem-se sulcos ou covas, sempre em nível
(linhas de plantio), onde serão aplicadas a adubação mineral além disso a adubação orgânica e colocadas as mudas.

A abertura de sulcos, em vez de covas, facilita a distribuição dos fertilizantes orgânicos além disso minerais, proporcionando melhor aproveitamento dos nutrientes pelo sistema radicular. A adubação orgânica é muito importante, pois além de promover o crescimento da planta e aumentar a produção, eleva o teor de matéria orgânica no solo.

O espaçamento entre sulcos de plantio pode variar de 60cm a 1,00 metro além disso entre as plantas, de
30 a 50cm, o que determinará o número de plantas por área plantada. O espaçamento irá depender,
basicamente, de: cultivar ou variedade escolhida, tamanho da área a ser plantada, mão-de-obra disponível além disso sistema de irrigação utilizado.

Nas extremidades dos sulcos de plantio são fincados mourões, conforme o espaçamento escolhido.

Sobre os mourões é passado um arame (no 12), como no sistema tradicional. A distância do arame ao solo dependerá da variedade a ser plantada, não devendo passar de 1,90m, visando facilitar a condução da planta além disso os tratos culturais. Dependendo do comprimento dos sulcos, pode-se variar o espaçamento entre mourões dentro da linha de plantio. Este espaçamento deve ser adequado para que o arame não ceda com o peso das plantas. Para se reduzir o custo com mourões, pode-se aumentar o espaçamento entre os mesmos além disso colocar estacas de bambu na vertical, nos intervalos entre os mourões, para apoiar e sustentar o arame.

Na Tabela 1 são mostrados os espaçamentos além disso as populações de plantas. Dependendo do espaçamento utilizado, a planta pode ser conduzida com uma ou duas hastes principais. No espaçamento
de 30cm entre plantas deve-se optar por apenas uma haste principal. Acima deste espaçamento. (40 ou
50cm), pode-se conduzir a planta com duas hastes principais.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.3

TABELA 1.

Quantidade de plantas por hectare no sistema de tutoramento com fita plástica, em função dos
espaçamentos entre linhas de plantio além disso entre plantas.
Espaçamento entre Espaçamento entre Área ocupada por Total de plantas por hectare
linhas de plantio plantas plantas (aproximadamente) m m m2

1.- 0,60 0,30 0,18 55.500
2.- 0,60 0,40 0,24 41.600
3.- 0,80 0,30 0,24 41.600
4.- 0,80 0,40 0,32 31.250
5.- 0,80 0,50 0,40 25.000
6.- 1,00 0,30 0,30 33.300
7.- 1,00 0,40 0,40 25.000
8.- 1,00 0,50 0,50 20.000

· Tutoramento com fita

Após o plantio além disso quando as plantas estiverem com 25 a 30cm de altura, inicia-se o tutoramento com fita. É feito um laço bem folgado com a fita plástica no colo (base) da planta, enrolando-a ao redor da mesma. A outra extremidade da fita é amarrada ao arame, devendo-se ter o cuidado de deixar uma sobra. Com o
crescimento da planta, a fita é enrolada em torno de seu caule permitindo sua sustentação.

TIPOS DE PODAS NECESSÁRIAS

O sistema de condução por fita exige que se façam podas visando a aumentar a aeração, já que o
plantio é adensado, além disso melhorar a eficiência de aproveitamento da radiação solar e da seiva, além de eliminar alguns frutos para padronização da produção e melhorar a aparência final do fruto. Entretanto, as podas necessárias são simples e algumas delas já são utilizadas no plantio tradicional (estacas cruzadas).

· Poda dos brotos (desbrote)

Deve-se eliminar qualquer broto lateral tão logo apareça, evitando-se concorrência por luz e
nutrientes, favorecendo uma cicatrização mais rápida da região podada.

· Poda das folhas (desfolha)

Esta prática visa a eliminação de folhas à medida que a planta cresce para evitar concorrência por
luz e nutrientes e melhorar a aeração/ventilação no interior da lavoura. Inicialmente devem-se eliminar as
folhas alternadamente, evitando, contudo, a eliminação da primeira folha imediatamente abaixo de cada
penca, já que ela contribui para a atividade fotossintética que nutrirá os frutos em formação. A seguir,
eliminam-se todas as folhas (sempre de baixo para cima) com exceção da primeira, próxima e abaixo da
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.4 penca, bem como das que estiverem próximas aos cachos ainda em definição de tamanho. Só se elimina a primeira folha próxima e abaixo da penca dos frutos quando estes mudarem a coloração para vermelho.

· Poda do racimo floral (cacho ou penca)

Esta poda visa a eliminação de frutos defeituosos (má formação), atacados por insetos, bem como
padronização de tamanho, limitando o número de frutos por penca. Normalmente deixam-se de 5 a 6
frutos, dependendo da variedade utilizada.
· Poda do ápice (ponteiro)
Tem por objetivo limitar o crescimento vertical da planta tão logo o ponteiro alcance o arame de
sustentação.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Esta tecnologia foi testada e adaptada através de estudos desenvolvidos na Unidade de Pesquisa
Participativa e Demonstrativa (UPEPADE) no município de Paty do Alferes, RJ (Práticas de manejo e
conservação de solo e água / Sistemas de produção de hortaliças e fruticultura com irrigação).

A UPEPADE faz parte de um conjunto de ações de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa Solos e outras instituições no projeto “Desenvolvimento de sistemas de produção sustentável em terras de relevo montanhoso, com baixa fertilidade na América do Sul”. A irrigação da cultura é feita por gotejamento.

É muito importante realizar-se, a cada linha de plantio (sulco) podada, a desinfecção das mãos e
dos instrumentos utilizados na poda, como tesouras e canivetes, usando-se produtos à base de iodo ou
hipoclorito de sódio. Após a poda é recomendado fazer uma pulverização com antibióticos (agrotóxicos),
para evitar a contaminação nos cortes por microorganismos causadores de doenças.

Em regiões com grande incidência de ventos fortes, pode-se passar mais um fio de arame na altura
correspondente ao meio do mourão, para dar mais sustentação às plantas.

Enquanto no sistema tradicional (estacas alternadas em “X“) o espaçamento entre linhas e plantas
permite plantar, normalmente, até 22.000 plantas por ha, no sistema de condução por fitas podem ser
plantadas, dependendo do espaçamento, aproximadamente, de 25.000 a 50.000 plantas por ha.
Aumenta-se, ainda, consideravelmente o número de caixas por 1.000 pés. Por exemplo, para um mesmo
período de plantio (safra), a cultura conduzida por fitas na UPEPADE produziu 110% a mais que a média
das outras lavouras que utilizaram o sistema tradicional.

O gasto com varas de bambu para o estaqueamento é menor, reduzindo-se, também, a entrada de
estacas contaminadas por pragas e doenças, utilizadas em cultivos anteriores, na área de plantio.
Existe maior aeração entre as linhas de plantio devido à disposição vertical das plantas, permitindo
uma pulverização uniforme em toda a planta e o aumento da eficiência dos agrotóxicos. No sistema
tradicional as plantas ficam inclinadas propiciando um microclima favorável a patógenos no interior da
fileira dupla que não é pulverizada eficientemente.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.5 Enquanto no sistema de condução tradicional uma pessoa amarra, aproximadamente, 2.000 plantas/dia, no sistema por fitas plásticas, durante o mesmo período, podem ser sustentadas, ou enroladas, duas vezes mais plantas.

A análise econômica realizada durante três ciclos de plantio de tomate tutorado por fitas plásticas
(safras) mostrou uma redução de, aproximadamente, 50% no custo de produção.

A quantidade aproximada de plantas por hectare, no sistema de tutoramento com fita tradicional (estacas
de bambu em “X”, com uma ou duas hastes), em função dos espaçamentos entre linhas de plantio e entre
plantas é a seguinte:

· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 1,20 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (1,20 X 0,60 X 0,60) – 0,54m2
= 18.500 plantas.
· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 1,00 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (1,00 X 0,60 X 0,60) – 0,48m2
= 20.800 plantas.
· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 0,90 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (0,90 X 0,60 X 0,60) – 0,45m2
= 22.200 plantas.

OBSERVAÇÕES

É importante salientar que, independentemente do tipo de condução da planta (por fita ou
tradicional), deve-se sempre utilizar práticas de manejo além disso conservação de solo e água, visando a evitar a
erosão e a contaminação ambiental na área de plantio, bem como nas demais áreas da propriedade.
Outro fator importante é o planejamento da época de plantio, levando-se em conta a variação das
safras e +9çdos preços impostos pelo mercado. De nada adianta ter uma boa produção, com excelente
qualidade de frutos, se o mercado não pagar preços que cubram os custos de produção atuais e de
plantios futuros, sem falar na renda do agricultor e sua família.
Outras hortaliças também podem ter seu tutoramento com fita feito através da fita plástica em substituição
às estacas de bambu, como ervilha, pepino e feijão de vagem, entre outras.
Mais informações podem ser obtidas na Embrapa Solos e na rede de Assistência Técnica e

N° 3, dezembro 1998, p.1-5

Claudio Lucas Capeche 1
José Ronaldo de Macedo 1
Adoildo da Silva Melo 2
Leonardo Vicente da Silva 3

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/88371/1/comunicadotec-03-1998.pdf

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Hortomallas es mehor que o tutoramento com fita para tomateros cultivados no campo aberto.

A produção de tomate pode ser destinada tanto para o uso industrial (polpas), como para o
consumo in natura. Existem variedades e/ou cultivares de crescimento rasteiro utilizados, normalmente,
nos plantios destinados às indústrias além disso aqueles de crescimento indeterminado destinados ao mercado de mesa. (consumo in natura). Os quais necessitam de tutoramento com fita, isto é, que as plantas sejam conduzidas durante o crescimento, sofrendo podas em períodos distintos.

A maioria dos plantios destinados ao mercado de mesa utiliza a condução por meio de estacas ou varas de bambu, dispostas em “X”, sendo conhecidos por tomate estaqueado ou envarado.

O sistema de condução das plantas de tomate através de tutoramento com fita plásticas. (usadas para amarrar sacarias) vem sendo utilizado em vários estados do Brasil além disso desponta como uma excelente alternativa para aumentar o rendimento da cultura por área. (produtividade), reduzir os custos de produção, aumentar a eficiência do controle de pragas além disso doenças, melhorar a qualidade dos frutos, reduzir os riscos de degradação ambiental além disso melhorar a qualidade de vida do agricultor e seus familiares.

Este tipo de condução, em substituição ao tradicional, apresenta múltiplas vantagens, como por exemplo:
1·- melhor aeração da cultura;
2·- menor incidência de pragas além disso doenças. (evita a entrada de estacas/varas contaminadas);
3·- maior incidência de luminosidade na cultura (melhora a eficiência fotossintética);
4·- facilita a aplicação de agrotóxicos, aumentando a eficiência na pulverização

TUTORAMENTO COM FITA

Cobertura das folhas e frutos e, conseqüentemente, reduzindo o número de aplicações;

1
Pesquisador, Eng. Agrôn., M.Sc., Embrapa Solos, Rua Jardim Botânico, 1.024, CEP 22460-000, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.
2
Assistente de Operações, Eng. Agrôn., Embrapa Solos.
3
Estagiário, Eng. Agrôn., Embrapa Solos.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.2

PROCEDIMENTOS PARA O PLANTIO

· Escolha da área

As áreas destinadas para qualquer atividade agrossilvipastoril devem ser utilizadas de acordo com
sua aptidão agrícola, adotando-se as práticas conservacionistas que previnem a erosão. Dependendo das
características do solo além disso do relevo, uma determinada área da propriedade cultivada com culturas anuais (milho, feijão, hortaliças) pode ter maior potencial de produção, sem causar erosão; por exemplo, se o seu relevo for plano ou suave ondulado.

Outras áreas mais suscetíveis à erosão (terrenos com relevo ondulado além disso forte ondulado) são recomendadas para o plantio de culturas perenes e para reflorestamento. (árvores frutíferas, eucalipto etc.) por exigirem menor movimentação do solo no seu preparo (plantio em covas). Portanto, a área escolhida para o plantio de tomate deve, sempre que possível, apresentar uma topografia plana ou suave ondulada, para facilitar os tratos culturais e evitar a erosão.

As práticas conservacionistas (análise de fertilidade do solo, plantio em nível ou contorno, rotação
de culturas, terraceamento, cultivo mínimo, plantio direto, adubação verde além disso não fazer queimadas, entre outras), quando utilizadas em conjunto, protegem o solo contra a erosão, reduzindo e/ou evitando danos
ao ambiente.

Antes de realizar o plantio, é recomendado fazer a análise do solo para se ter noção de seu estado
nutricional (disponibilidade de nutrientes para as plantas), bem como do pH, o que orientará as aplicações de calcário, quando necessário, e as adubações mineral, orgânica e/ou verde, sempre de acordo com as orientações de profissionais da área agrícola. (instituições de pesquisa, universidades, rede de assistência técnica além disso de extensão rural etc.).

Plantio

Após o preparo do solo, com trator ou tração animal, abrem-se sulcos ou covas, sempre em nível
(linhas de plantio), onde serão aplicadas a adubação mineral além disso a adubação orgânica e colocadas as mudas.

A abertura de sulcos, em vez de covas, facilita a distribuição dos fertilizantes orgânicos além disso minerais, proporcionando melhor aproveitamento dos nutrientes pelo sistema radicular. A adubação orgânica é muito importante, pois além de promover o crescimento da planta e aumentar a produção, eleva o teor de matéria orgânica no solo.

O espaçamento entre sulcos de plantio pode variar de 60cm a 1,00 metro além disso entre as plantas, de
30 a 50cm, o que determinará o número de plantas por área plantada. O espaçamento irá depender,
basicamente, de: cultivar ou variedade escolhida, tamanho da área a ser plantada, mão-de-obra disponível além disso sistema de irrigação utilizado.

Nas extremidades dos sulcos de plantio são fincados mourões, conforme o espaçamento escolhido.

Sobre os mourões é passado um arame (no 12), como no sistema tradicional. A distância do arame ao solo dependerá da variedade a ser plantada, não devendo passar de 1,90m, visando facilitar a condução da planta além disso os tratos culturais. Dependendo do comprimento dos sulcos, pode-se variar o espaçamento entre mourões dentro da linha de plantio. Este espaçamento deve ser adequado para que o arame não ceda com o peso das plantas. Para se reduzir o custo com mourões, pode-se aumentar o espaçamento entre os mesmos além disso colocar estacas de bambu na vertical, nos intervalos entre os mourões, para apoiar e sustentar o arame.

Na Tabela 1 são mostrados os espaçamentos além disso as populações de plantas. Dependendo do espaçamento utilizado, a planta pode ser conduzida com uma ou duas hastes principais. No espaçamento
de 30cm entre plantas deve-se optar por apenas uma haste principal. Acima deste espaçamento. (40 ou
50cm), pode-se conduzir a planta com duas hastes principais.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.3

TABELA 1.

Quantidade de plantas por hectare no sistema de tutoramento com fita plástica, em função dos
espaçamentos entre linhas de plantio além disso entre plantas.
Espaçamento entre Espaçamento entre Área ocupada por Total de plantas por hectare
linhas de plantio plantas plantas (aproximadamente) m m m2

1.- 0,60 0,30 0,18 55.500
2.- 0,60 0,40 0,24 41.600
3.- 0,80 0,30 0,24 41.600
4.- 0,80 0,40 0,32 31.250
5.- 0,80 0,50 0,40 25.000
6.- 1,00 0,30 0,30 33.300
7.- 1,00 0,40 0,40 25.000
8.- 1,00 0,50 0,50 20.000

· Tutoramento com fita

Após o plantio além disso quando as plantas estiverem com 25 a 30cm de altura, inicia-se o tutoramento com fita. É feito um laço bem folgado com a fita plástica no colo (base) da planta, enrolando-a ao redor da mesma. A outra extremidade da fita é amarrada ao arame, devendo-se ter o cuidado de deixar uma sobra. Com o
crescimento da planta, a fita é enrolada em torno de seu caule permitindo sua sustentação.

TIPOS DE PODAS NECESSÁRIAS

O sistema de condução por fita exige que se façam podas visando a aumentar a aeração, já que o
plantio é adensado, além disso melhorar a eficiência de aproveitamento da radiação solar e da seiva, além de eliminar alguns frutos para padronização da produção e melhorar a aparência final do fruto. Entretanto, as podas necessárias são simples e algumas delas já são utilizadas no plantio tradicional (estacas cruzadas).

· Poda dos brotos (desbrote)

Deve-se eliminar qualquer broto lateral tão logo apareça, evitando-se concorrência por luz e
nutrientes, favorecendo uma cicatrização mais rápida da região podada.

· Poda das folhas (desfolha)

Esta prática visa a eliminação de folhas à medida que a planta cresce para evitar concorrência por
luz e nutrientes e melhorar a aeração/ventilação no interior da lavoura. Inicialmente devem-se eliminar as
folhas alternadamente, evitando, contudo, a eliminação da primeira folha imediatamente abaixo de cada
penca, já que ela contribui para a atividade fotossintética que nutrirá os frutos em formação. A seguir,
eliminam-se todas as folhas (sempre de baixo para cima) com exceção da primeira, próxima e abaixo da
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.4 penca, bem como das que estiverem próximas aos cachos ainda em definição de tamanho. Só se elimina a primeira folha próxima e abaixo da penca dos frutos quando estes mudarem a coloração para vermelho.

· Poda do racimo floral (cacho ou penca)

Esta poda visa a eliminação de frutos defeituosos (má formação), atacados por insetos, bem como
padronização de tamanho, limitando o número de frutos por penca. Normalmente deixam-se de 5 a 6
frutos, dependendo da variedade utilizada.
· Poda do ápice (ponteiro)
Tem por objetivo limitar o crescimento vertical da planta tão logo o ponteiro alcance o arame de
sustentação.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Esta tecnologia foi testada e adaptada através de estudos desenvolvidos na Unidade de Pesquisa
Participativa e Demonstrativa (UPEPADE) no município de Paty do Alferes, RJ (Práticas de manejo e
conservação de solo e água / Sistemas de produção de hortaliças e fruticultura com irrigação).

A UPEPADE faz parte de um conjunto de ações de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa Solos e outras instituições no projeto “Desenvolvimento de sistemas de produção sustentável em terras de relevo montanhoso, com baixa fertilidade na América do Sul”. A irrigação da cultura é feita por gotejamento.

É muito importante realizar-se, a cada linha de plantio (sulco) podada, a desinfecção das mãos e
dos instrumentos utilizados na poda, como tesouras e canivetes, usando-se produtos à base de iodo ou
hipoclorito de sódio. Após a poda é recomendado fazer uma pulverização com antibióticos (agrotóxicos),
para evitar a contaminação nos cortes por microorganismos causadores de doenças.

Em regiões com grande incidência de ventos fortes, pode-se passar mais um fio de arame na altura
correspondente ao meio do mourão, para dar mais sustentação às plantas.

Enquanto no sistema tradicional (estacas alternadas em “X“) o espaçamento entre linhas e plantas
permite plantar, normalmente, até 22.000 plantas por ha, no sistema de condução por fitas podem ser
plantadas, dependendo do espaçamento, aproximadamente, de 25.000 a 50.000 plantas por ha.
Aumenta-se, ainda, consideravelmente o número de caixas por 1.000 pés. Por exemplo, para um mesmo
período de plantio (safra), a cultura conduzida por fitas na UPEPADE produziu 110% a mais que a média
das outras lavouras que utilizaram o sistema tradicional.

O gasto com varas de bambu para o estaqueamento é menor, reduzindo-se, também, a entrada de
estacas contaminadas por pragas e doenças, utilizadas em cultivos anteriores, na área de plantio.
Existe maior aeração entre as linhas de plantio devido à disposição vertical das plantas, permitindo
uma pulverização uniforme em toda a planta e o aumento da eficiência dos agrotóxicos. No sistema
tradicional as plantas ficam inclinadas propiciando um microclima favorável a patógenos no interior da
fileira dupla que não é pulverizada eficientemente.
Comun. Téc. CNPS, n.3, dezembro 1998, p.5 Enquanto no sistema de condução tradicional uma pessoa amarra, aproximadamente, 2.000 plantas/dia, no sistema por fitas plásticas, durante o mesmo período, podem ser sustentadas, ou enroladas, duas vezes mais plantas.

A análise econômica realizada durante três ciclos de plantio de tomate tutorado por fitas plásticas
(safras) mostrou uma redução de, aproximadamente, 50% no custo de produção.

A quantidade aproximada de plantas por hectare, no sistema de tutoramento com fita tradicional (estacas
de bambu em “X”, com uma ou duas hastes), em função dos espaçamentos entre linhas de plantio e entre
plantas é a seguinte:

· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 1,20 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (1,20 X 0,60 X 0,60) – 0,54m2
= 18.500 plantas.
· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 1,00 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (1,00 X 0,60 X 0,60) – 0,48m2
= 20.800 plantas.
· plantio de fileira dupla com espaçamento entre fileiras de 0,90 e 0,60 metros entre plantas
dentro das fileiras (0,90 X 0,60 X 0,60) – 0,45m2
= 22.200 plantas.

OBSERVAÇÕES

É importante salientar que, independentemente do tipo de condução da planta (por fita ou
tradicional), deve-se sempre utilizar práticas de manejo além disso conservação de solo e água, visando a evitar a
erosão e a contaminação ambiental na área de plantio, bem como nas demais áreas da propriedade.
Outro fator importante é o planejamento da época de plantio, levando-se em conta a variação das
safras e +9çdos preços impostos pelo mercado. De nada adianta ter uma boa produção, com excelente
qualidade de frutos, se o mercado não pagar preços que cubram os custos de produção atuais e de
plantios futuros, sem falar na renda do agricultor e sua família.
Outras hortaliças também podem ter seu tutoramento com fita feito através da fita plástica em substituição
às estacas de bambu, como ervilha, pepino e feijão de vagem, entre outras.
Mais informações podem ser obtidas na Embrapa Solos e na rede de Assistência Técnica e

N° 3, dezembro 1998, p.1-5

Claudio Lucas Capeche 1
José Ronaldo de Macedo 1
Adoildo da Silva Melo 2
Leonardo Vicente da Silva 3

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/88371/1/comunicadotec-03-1998.pdf

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